sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Black-out

Abro os olhos e estou suado, completamente suado e meu quarto é uma total obscuridade, um crepúsculo que me desorienta. Meus olhos se acostumam com a noite e começo a me localizar. Janela está aberta, mas por ela não entra uma misera brisa, somente uma escassa luminosidade. O ventilador também está paralisado, nem ao menos esboça uma reação. Não escuto nada, nem dentro do meu seguro abrigo e nem fora nessa terra de sem leis. Me levanto e começo a me abanar. Não demorei quatro segundos para perceber que é inútil. Minha cabeça se orienta e procura uma explicação.

Ela me vem ao ver o lado externo da minha guarida. Não só minha casa está nessa sombra dominante. Toda a terra de ninguém se encontra ao mesmo estado. Nem as quatro colinas que me cercam, nem as residências que envolvem meu castelo, nem as grandes armações de concreto têm um mínimo sinal de esperança. Meus pensamentos entram em ordem e percebo que o ar quente e abafado entre minhas paredes com a soma da inquietude de meus sonhos, me tirou a felicidade. Meu momento de felicidade nessa rotina fúnebre, onde nada podia me atrapalhar e me deter. Nada podia até agora. Não basta a retirada contínua de minha alma na vereda hostil do dia a dia. Eles agora também penetram meu paço e me sugam com a habitual agilidade. Estou mais suado agora, além de inquieto. Não experimentava isso a um bom tempo, mas ela ressurge com tudo. Raiva!

Bruscamente eu caminho entre os cômodos da minha morada. A escuridão não me atrapalha. As desenvolturas de treze anos de conhecimentos em meu plano, fazem-me driblar as trevas sem problemas e contratempos para atingir meu Oasis. Meu suor se desfaz pelo canal e mais uma vez me sinto cômodo. Volto ao meu canto... Me concentro... Te revivo... Me acalmo... E volto... Volto pra você...

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