Hoje estava revendo a minha coletânea de músicas ruins. “1997” da banda que esqueci o nome, mas tem o Japinha do CPM22, chegou aos meus ouvidos. Lembrei do clipe maneiro e nada haver que ela tem, e de uma discussão que tive com uns amigos enquanto a ouvia, num tempo atrás. Nessa discussão falávamos de como nego se inspira para fazer música e como deve ter sido o jeito que eles se inspiraram pra compor aquela “obra prima”. Tudo na vida é uma mistura em nossa mente, então pra mim, ele especificar um ano, só pode ter acontecido algo marcante. Que foi o que aconteceu na música.
Vendo por esse ponto de vista, começo a perceber como tanta gente pode gostar dessa música tão ruim. Ela mais que a história de amor em si, especifica a data, e com isso entra em nossas mentes esse ano ou outro, em que tenha acontecido algo tão marcante que nos faça recordar. Nessa lógica, ela me fez lembrar o meu 1997. O ano que sai do 710 das Angra dos Reis e vim parar no 252-c/2 da Taperoa. O ano que comecei o meu tão odioso ginásio, onde achava todos, um porre com a mesma intensidade que eles me achavam. O ano que fui traído pela primeira vez por um “amigo”. O ano que senti pela primeira vez o gosto de outros lábios nos meus. E me faz pensar como um ano de acontecimentos tão marcantes para mim. Como a ida para uma nova escola, para uma nova casa e a certeza definitiva de como eu adoro uma mulher. Conseguiu ser um ano tão sofrível e odioso.
Muitos fatores contribuíram para esse sentimento. Lógico que a surra que levei, por ter aberto a cabeça de um moleque com uma pedra, não ajudou. Mas fatores como a saída de um lugar que eu amo, por um motivo tão banal e mesquinho. A ida para uma casa em construção e sem condições definitivas de moradia. E a vivência diária numa sala de aula, onde as pessoas em que eu mais gostava eram os professores, porque não tinha ninguém compatível a minha pessoa. Foram definitivos para tal sentimento. Mas o que eu posso fazer? O importante é que sobrevivi.
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