quarta-feira, 17 de março de 2010

Dias passados

Uma casa. Dois andares, dois quartos e um banheiro. Sala e cozinha são pequenos demais para se relevar. Onde quatro passam aperto, quinze vivem em harmonia. O numero mágico e anual quatro, quatro dias que começam de maneira animada e ensolarada. Som de oito pares de pernas pequenas passando a toda velocidade se misturam com o da panela apitando e do homem gritando: “Negaaaaaaaaaaaaa!”. A nega de cor branca aparece rebolando trazendo o malte. Fila do chuveiro termina, gangas e sungas em chinelos simples iniciam a caminhada. Uma caminhada corajosa de quase uma hora, digna dos cangaceiros, em uma terra solada. Sucumbe a recompensa.

A água com cor, que refresca e te ajuda a escurecer. O gosto delicioso da fruta congelada vinda em rodinhas. O trio nadador atrás de sua vitima sem destreza pro fundo, pro início de uma zoação que não terá fim. A bola pequena e colorida indo rapidamente de um lado para o outro. O sol queima com gosto enquanto as areias se abrem, e os olhares se concentram nos violões. Violões de formas diversas e andares brandos, que astutamente provocam e tão o aperitivo da canção noturna. Falando em noite, ela se aproxima, e a caminhada corajosa toma o caminho de volta. Volta entre aspas, a volta é rápida para um descanso e abastecimento de forças. A fila do chuveiro recomeça outra vez, com a certeza que não é a ultima do dia.

Pronto, as filas terminam com corpos descansados e ardidos. Na verdade muito ardidos, mas ninguém liga. Meu cheiro é encantador e meu look admirável. O caminho dos cangaceiros à noite, se transforma no caminho dos predadores. Alguns astutos e outros inexperientes, com olhos atentos a procura da Aquela. Aquela é o maior dos pensamentos. Eu não tinha a menor idéia que você existia. Uma reza rápida para que se evite o toque violento nos ombros, todos se separam e saem à caça da Aquela. Aquela aparece, e você manda o olhar e a Aquela retribui, a época é de caça e estão todos no cio, não é preciso estratégia. A conquista só deixa a certeza, que na volta eu terei muitas histórias para contar

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